AS SUFRAGISTAS E O PODER DE SER QUEM SE É
❤Assisti
a um filme esses dias que me chacoalhou por dentro. Fez-me pensar sobre quem
somos, quem achamos que somos, e o caminho que seguimos.
O
filme se chama “As sufragistas”. Retrata algumas das mulheres que participaram
do movimento de mesmo nome na Inglaterra, visando alterar a lei a fim de que o
voto para mulheres fosse permitido. É uma história de garra e coragem, que me
emocionou muito.
Nós
temos uma ideia do que sofreram nossas antepassadas para garantir este direito
que hoje tantos desprezam ou ignoram, mas vendo o sofrimento, os sacrifícios
que ela tiveram que fazer em nome dele, não tem como não haver lágrimas nos
olhos.
Porém,
o que mais me impactou na história foi a forma como elas foram sendo levadas ao
movimento. Ao menos as moças mostradas no filme, nenhuma nasceu e cresceu
querendo enfrentar o sistema, combater as injustiças, simplesmente chegou um
momento na vida de cada uma delas em que não mais foi possível suportar tantas
injustiças.
Acredito
que seja assim na vida de cada um de nós. Chega um momento em que as injustiças
ficam insuportáveis. E não estou falando somente das grandes injustiças, das
questões universais de gênero, cor, raça, religião.
Estou
falando das injustiças que chegam batendo à nossa porta, rodeando nossas vidas,
aquelas que definitivamente não há como não se levantar e fazer alguma coisa.
Tudo
isso me lembrou da situação em que se encontra nosso país atualmente e pensei
que sim, era preciso chegar a esse nível de injustiça e degradação moral para
que todos, como nação, se mobilizassem.
Foi
preciso que a injustiça batesse à porta de todos – pobres e ricos, para que as
pessoas começassem a acordar e a dizer: aqui não!
Felizmente,
ou infelizmente, toda grande transformação começa assim. Há uma insatisfação
geral que incita as pessoas a saírem de suas conchas e a se envolverem nas
questões, as quais pensaram que jamais se envolveriam.
Foi
assim no caso das sufragistas, que abriram as portas para as outras mulheres –
e alguns homens, para que se levantassem e fossem apoiá-las.
Está
sendo assim aqui e agora, no Brasil. Os olhos não estão mais fechados. E o que
é melhor, não há mais volta.
Acredito
que quando nos levantamos contra uma injustiça, seja ela do tamanho que for,
afinal, injustiça é injustiça, todos temos a ganhar.
Pode
ser que demore, mas não tenho dúvidas de que depois que se chega ao fundo do
poço, o único caminho é para cima. As sufragistas estão aí de prova.❤
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