"ROCKETMAN" - O Filme de Elton John e por que não escrevo críticas
Sim, o título é pomposo. Não, não será um texto longo e difícil. Afinal,
para falar sobre um filme tão bom e gostoso, só um texto igualmente agradável.
Tive o prazer de assistir à “Rocketman”, o filme sobre a vida de Elton
Hercules John, o cantor inglês que desde a década de 60 encanta o mundo com
suas melodias sensíveis, letras recheadas de sensibilidade – que descobri serem
escritas por seu amigo de longa data, Bernie Taupin (papel de Jamie Bell, o eterno "Billy Eliot"), interpretações memoráveis
e figurinos mais do que inusitados.
Sobre Bernie, seu amigo de mais de 50 anos, com quase 400 colaborações
musicais. E o fato inusitado: ele primeiro escreve as letras, e depois Elton
insere a melodia. Uma inversão da ordem “natural”, considerando que sequer
trabalham juntos, cada um fazendo sua parte separadamente. Isso que é parceria
de sucesso, provando que não há fórmula pronta quando se trata de criatividade
e amizade.
Como toda cinebiografia, “Rocketman” traz os altos e baixos da história
louca e cheia de cor deste artista, que me encantou mais a cada minuto. Porém,
diferente de toda cinebiografia, é um filme único, surreal, e com ares de sonho,
tal como a vida de Elton foi e é.
Elton John, nascido Reginald Dwight, era mais uma criança vinda de uma
família cheia de problemas (alô Constelação Familiar), que tinha um dom, não se
encaixava nos padrões, e que aos poucos, e com muita dificuldade, chegou aos
patamares em que se encontra hoje: conhecido mundialmente, com uma carreira consolidada
e hits que não saem da cabeça.
O filme tem ares de vídeo clipe, cenas típicas de musicais, muita cor,
música, mas também sofrimento e momentos baixos. Afinal, como o próprio Elton
falou, o filme é sobre sua vida, e ao mesmo tempo em que ela teve vários “altos”,
teve também vários “baixos”.
Não sei o que os críticos dirão, tampouco o que o público vai achar. Sei
o que eu achei e eu, adorei. Como fã de musicais, como fã de boas histórias fui
transportada para a vida deste artista e vivi com ele cada momento, ainda que
de forma lúdica e cinematográfica (afinal, é um filme, e não um documentário).
“Rocketman” é uma típica história de rockstar? Talvez sim, talvez não. Para
mim, não tem nada de típica, pois além de ser a história cheia de altos e
baixos da vida de Elton John, tem superação, tem amizade, tem amor. Tem tudo que uma
vida tem. E, principalmente, tem muita música boa.
“Your Song”, “Tiny Dancer”, “Bennie and the Jets”, “Don’t Go Breaking My
Heart”, “Goodbye Yellow Brick Road”, “I’m Still Standing”, e tantas outras
favoritas, também algumas desconhecidas por mim, que passei a amar, em cenas
emocionantes e divertidas.
Sobre o filme: Elton John participou ativamente de roteiro e filmagens, inclusive
dando seus diários para o protagonista, Taron Egerton, saber mais sobre ele, o
qual canta as músicas lindamente no filme e traz uma profundidade para o papel
emocionante (Oscar à vista?); o elenco é perfeitamente escolhido, possui
química e convence nos papeis de humanos, pessoas que fizeram de Elton quem ele
é; as cenas musicais estão incríveis; o filme possui vários momentos emocionantes
e não deixa de mostrar a realidade da vida de Elton, por vezes muito dura (não preciso dizer que chorei em várias partes).
Bom, até aqui deu para ver que gostei do filme e recomendo fortemente.
Arrisco até algumas indicações ao Oscar (figurino, produção de arte, maquiagem,
e por que não, melhor ator para Taron Egerton?).
Agora, respondendo à pergunta do título: por que não escrevo críticas? Começo
dizendo que não sou contra críticas, aliás, alguns dirão até que faço “crítica
impressionista”, um estilo dentre tantos das chamadas críticas.
Ao buscar informações sobre filmes (o que faço com frequência), e em
especial sobre este filme, talvez se depare com pessoas que não gostaram da
história, da forma como é contada, ou simplesmente tiveram suas expectativas
quebradas.
Uma coisa que sempre tentei fazer é entrar no cinema sem expectativas,
deixar a história me levar. Sempre funciona. Aqui, me levou a lágrimas, a
risos, a músicas e à vida.
Por que não faço críticas, então? Porque faço reflexões. Uso o cinema, a
literatura, a vida para refletir sobre os mais variados assuntos. Assim, sempre
procuro ver o que posso extrair de bom daquela obra, o que posso trazer dela
para minha vida, nem que seja entretenimento.
Assim escrevi meu livro “Cartas aos Cinéfilos”, assim escrevo meus
textos. Nada contra as críticas, resenhas e fichas técnicas – as quais gosto e
acho necessárias, mas assim como Elton John, trago para minha arte quem sou. E quem
sou, ama musicais e amou “Rocketman”.
Despeço-me com uma versão de uma das minhas músicas preferidas de Elton John, “Tiny
Dancer”, cantada pela diva Florence – Florence + The Machine.
Até a próxima!
Muito bom carolzinha! Gosto quando o filme nos leva! Foi bem isso! Foi mto bom ver com vc novamente mais uma cabine de mais uma bela obra! A música mexe com a gente, associado a uma boa história então! Lindo! Beijoooo
ResponderExcluirOi Lu! Obrigada pelo comentário carinhoso. Concordo com tudo! Ansiosa pelas próximas sessões que veremos juntas!! Um beijo :)
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