O PINTASSILGO

"O Pintassilgo" é um filme intrigante. Sei que é baseado em um livro (inclusive ganhador do Prêmio Pulitzer), e aí para meu conhecimento prévio sobre ele. Inclusive, não pesquisei, tampouco li nada mais sobre ele para este texto. Baseio meu reconto totalmente na minha experiência cinematográfica. Vamos a ela.


Cartaz do Filme"O Pintassilgo" gira em torno do quadro deste mesmo nome. O personagem de Ansel Egort (cujo trabalho aprecio desde "A Culpa é das Estrelas"), quando criança, sofre um atentado à bomba em um museu em Nova York (ao que tudo indica, o MET), em que perde sua mãe. Passa, então, aos cuidados da rica e discreta personagem de Nicole Kidman, passando a morar em sua casa e a conviver com sua família. 

Simultaneamente, somos apresentados ao personagem já adulto, em um quarto de hotel em Amsterdam, onde provavelmente algo de terrível aconteceu, visto que ele está com sangue na camisa, o quarto revirado e uma voz de quem se arrepende de algo.

Então, a história começa a se desenrolar, lentamente a princípio, focando principalmente no menino, sua relação com as pessoas que vem a conhecer, seu pai, novos amigos, ao mesmo tempo em que tenta se reconciliar com a morte trágica da mãe.

Confesso que na primeira metade estava confusa e até entendiada - a propósito, caso não goste de filmes mais lentos e contemplativos, fica o aviso. Porém, termine de ler esta resenha, vai valer a pena, prometo.

O filme demora para engrenar, mas quando terminou, não acabou, ao menos para mim. Aí que comecei a pensar e mil conexões vieram à minha mente.

Os acasos da vida (que não são tão acasos assim, não é, Cami?), que mudam tudo. Como uma visita ao museu que acaba com diversas vidas por um atentado, como uma escolha, um caminho, uma pessoa, que aparecem e mudam o curso da vida, de uma hora para outra.

Como está tudo conectado, mas só enxergamos os pontos de frente para trás, ou seja, é preciso viver, passar por aquela situação para compreendermos a magnitude do que vivemos, para "ligarmos os pontos".

Para mim, o mais impressionante do filme foi que a vida do protagonista de Ansel, permeada de começos, fins e recomeços, curvas, quedas e voltas, a todo tempo estava sendo norteada pelo quadro "O Pintassilgo", o qual, como dito no filme, sobreviveu a diversos desastres e ainda sim estava íntegro.

Em outras palavras, o quadro representava algo permanente, estável e perene, em um mundo em que temos tudo menos isso, pois tudo está em constante transformação.

A questão de como lidamos com nossos fantasmas, nossos demônios e com as consequências de nossos atos (ou omissões), também se faz muito presente, e afeta o destino dos personagens e do próprio quadro. Afinal, tudo está ligado, mesmo que não consigamos ver o fio que conecta.

O filme, em si, pode não ser inesquecível, mas traz mensagens inspiradoras e que nos incitam a pensar a forma como temos vivido nossas vidas. 

Só por isso, para mim, vale ser visto.❤

Um comentário:

  1. Que interessante a questão do quadro ser a coisa perene presente na vida do personagem. Isso
    Me fez pensar nas tantas obras de artes que a humanidade tem em sua história e o que elas representam, retratam. Uma obra de Monet, Van Gogh, Picasso, Leonardo, dentre tanto outros. Assim como esculturas e objetos de artes que nos remetem a tantas historias e passagens de épocas.... fiquei curiosa pelo filme
    Por conta da sua análise!

    ResponderExcluir

Tecnologia do Blogger.