Duna (o melhor filme do ano) - sem spoilers

 

Fui à sessão com muitas expectativas. Li o livro de Frank Herbert no começo do ano – o primeiro da primeira trilogia, base para o filme de Denis Villeneuve, e me apaixonei.

A história da família Atreides no planeta Duna/Arrakis é arrepiante. Mistura ação, conspiração política, ecologia/biologia, religião, fanatismo religioso, amor, lealdade, família, a disputa pela especiaria/melange e ainda minhocas do deserto (Shai-Hulud). Um livro completo e complexo, que apaixona do começo ao fim, ainda que seja longo.

A adaptação de David Lynch de 1984 não me cativou. Achei bizarra demais, surrealista demais e não consegui me conectar com a história. O oposto me ocorreu com esta versão de um dos meus diretores favoritos: Denis Villeneuve.

Em linhas gerais, Duna é a saga de Paul Atraides desde jovem até assumir sua posição de Duque e Messias, uma espécie de Cristo moderno, uma versão de Neo do maravilhoso Matrix. Porém, a história possui outros personagens fortes, intensos, que dão profundidade à narrativa.

Villeneuve ligou pessoalmente para os atores convidando-os a participar do filme. Não houve plano B, tampouco negativa dos convidados. Todos queriam fazer parte do Duna de Villeneuve, esse universo embalado pela trilha sonora sempre impecável de Hans Zimmer, e uma fotografia de tirar o fôlego, digna de suas produções.





Timothée Chalamet dá vida à Paul, trazendo todas as nuances que o personagem requer, vislumbrando o grande líder que se tornará ao longo da história; Zendaya é Chani, aqui aparecendo muito pouco. Cumpre destacar que esta é a primeira parte do livro, ainda há muito para vir, inclusive da personagem dela, forte e fundamental.

Ao dividir o livro em dois filmes, Villeneuve toma seu tempo apresentando os personagens e a história, algo imprescindível aos telespectadores, considerando, como dito, as diversas camadas de história.

Oscar Isaac é Duque Leto, um ator que não cansa de acertar o tom, Rebeca Furguson é Lady Jessica, a coprotagonista dessa história em que as mulheres conduzem os rumos da humanidade, são poderosas, misteriosas e extremamente cativantes por sua complexidade; Jason Mamoa é Duncan Idaho, trazendo seu porte atlético e desenvoltura às cenas de batalha; Javier Bardem é Stilgar, o chefe do povo do deserto, os Fremen; e Josh Brolin é Gurney Halleck, o mestre de armas.

Do outro lado temos Stellan Skarsgard como o vilão Vladimir Harkonnen, levemente caricaturesco, enquanto seu sobrinho fiel é interpretado por Dave Bautista.

O elenco conta ainda com outros grandes nomes, e alguns por vir, na segunda parte da história.


Mas afinal, o que faz de DUNA o melhor filme do ano e imperdível, sobretudo nos cinemas?


O filme honra a sétima arte com toda a sua produção majestosa, grandiosa, com um elenco estelar que faz jus à fama do livro que inspirou, dentre outros, a Saga Star Wars.

Fala sobre medo, autoconhecimento, autocontrole, coragem, força, recomeços, superação. Traz uma produção hipnotizante nos transportando para Duna/Arrakis durante as quase 2h30 de filme, que passam com um piscar de olhos e clamam pela continuação.

Ao final, fiquei com a sensação de que ir para Duna/Arrakis é visitar nosso próprio ser. Só cuidado para não se deparar com as minhocas de areia.

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