ETERNOS (Marvel/Disney)

novembro 02, 2021

 

Com nenhum conhecimento prévio – e quase sem expectativas, fui conferir o novo filme da Marvel/Disney: “Eternos”.

A produção é grandiosa, e por isso ficou retida até a volta dos cinemas. Com um elenco estelar e diversificado, dirigido pela ganhadora do Oscar Chloé Zhao (Nomadland), conta a história do grupo chamado “Eternos”, criados pelos celestiais, entidades fonte do Universo, para manter o equilíbrio e combater os Desviantes, criaturas predadoras que existem há mais de sete mil anos, assim como eles próprios.


           Com uma trilha sonora impecável – o filme começa com “Time”, do Pink Floyd, fotografia deslumbrante, já característica de Chloé, e efeitos especiais lindíssimos, “Eternos” é um bom filme, mas que não empolga.

A ideia de que toda energia se transforma, traduzida em efeitos dourados muito bonitos, não foi suficiente para me conectar com a história, que desperdiça alguns plots interessantes em prol de outros, como alguns conflitos internos que se mostram banais e até destoam da intensidade pretendida.

São muitos os personagens e questões para lidar, além da ameaça do vilão, não tão vilanesco assim. Chloé busca apresentar uma história de heroi mais madura e diversificada. Os atores são das mais diferenças etnias e idades, e todos estão muito bem, como Salma Hayek (Frida), Angelina Jolie, Richard Madden (Rocketman/Game of Thrones), Gemma Chan (Podres de Ricos), Kumail Nanjiani (Doentes de Amor), dentre outros. Porém, senti falta de grandes momentos típicos de filmes de heróis, cenas marcantes que ficam muito depois que os créditos sobem.

Quem sabe essa tenha sido a intenção, mas para quem não sabia nada da história, achei tudo suave demais, belo demais e marcante de menos. Uma bela e necessária obra que retrata que todos podem ser heróis, mas que ao mesmo tempo esvazia a potência do que poderia ser.

E como têm sido as obras do estúdio, o final é inconclusivo e abre espaço para potencial continuação ou inserção em outras histórias, o que me desanima, pois ainda que o final seja inconclusivo ou mesmo em aberto, essa fórmula de deixar tudo para depois retira a autonomia da obra retratada.

"Eternos" não é mais do mesmo, o que por si só é algo positivo, valendo a ida ao cinema, pois é um ótimo entretenimento. Porém, acredito que não será um filme que se perpetuará para além das telas.

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