Cartas de Carolina

Às vezes tenho vontade de conversar com alguém. Contar minhas loucuras, divagações, sonhos. Tenho vontade de dividir esse tanto que há em mim.  Então penso que ninguém irá entender. Que minhas loucuras são só minhas, e que é ilusão achar que alguém irá ouvir, ou que sequer   se interessa pelo o que tenho a dizer. Que minha imaginação voa longe, não é novidade para ninguém. Que sinto demais, até por pessoas e momentos quem ainda não aconteceram, também todos sabem. O que não sabem é que dentro de mim há um redemoinho, um furacão, um tsunami, ou qualquer outra analogia que queira usar, que pede para sair a todo momento.  Gritar, cantar, dançar, é uma vida que contém vidas inteiras.  Porque sou muitas. Sou uma profusão de mim. E cada uma delas tem seu dia, seu momento. Porém, às vezes todas querem sair juntas. Daí vira uma confusão. De alegria, tristeza, ansiedade, pressa e paz. É, tem dias que tenho vontade de conversar com alguém.  Então, converso comigo mesma. Col

Queria te pegar em meus braços e dizer: estou aqui.  Neste instante, você tiraria todas as máscaras que carrega durante o dia, as que te impõem e as que você escolhe, e seria apenas você. Com suas seguranças e inseguranças, com seus anseios, desejos e sonhos. Eu faria o mesmo. E trocaríamos vida. Trocaríamos o que somos, o que queremos, falaríamos de tudo, e mal precisaríamos de palavras.  Nossos olhares falariam. Nosso toque suave.  Minhas mãos por seus cabelos. Contaríamos histórias de nós mesmos sem sermos julgados.  Sem medo algum. Afinal, meus braços são um lugar seguro. Ao longo da noite, sei lá, trocaríamos de lugar, e você seria minha fortaleza. Passaríamos os dias assim, trocando, criando, e somando. Amando quem verdadeiramente somos, sem farsas. E assim, o tempo passaria. E nosso amor, só aumentando...