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Mostrando postagens de novembro, 2021

KING RICHARD - Criando Campeãs

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  Meus pais são loucos por tênis. Devo a eles o pouco conhecimento que tenho. Mesmo assim, King Richard dispensa informações prévias. O filme se sustenta por si mesmo, e no melhor estilo jornada do herói, conta a história das irmãs Williams, Venus e Serena, famosas tenistas negras que marcaram o esporte. Toda obra de arte é um recorte da realidade. A verdade depende de quem a conta, sobretudo diante de ficção. Aqui, somos apresentados a Richard Williams, pai de 5 meninas, dentre elas Venus e Serena, que desde antes de seus nascimentos já estudava o tênis como meio de tirar a família da situação em que viviam. Em uma atuação brilhante de Will Smith no papel título, ele também produtor do filme juntamente com sua esposa Jada Pinkett Smith e as próprias irmãs Williams, o filme narra a jornada de treinos das irmãs desde a infância até os primeiros treinadores e vitórias de Venus, e sua primeira grande final em campeonatos, aos 14 anos. Dali em diante, os escritos na tela e as imagens

CASA GUCCI

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Nem toda boa história dá um bom filme. "Casa Gucci" tem tudo para ser um estouro. Intrigas familiares, traições, looks incríveis, ótimas locações e um elenco conhecido e já estabelecido. Porém, o roteiro e a direção, em especial o ritmo e escolhas feitas pelo diretor Ridley Scott, retiraram a potência da obra, que, para mim, passará rápida pelos cinemas e memória dos telespectadores. A história de Patrizia Reggiani que mandou matar seu marido, Maurizio Gucci, é conhecida. A premissa que está sendo vendida é essa. É, também, a única informação que eu tinha ao entrar na sala de cinema. Ao final de cerca de duas horas e meia, o resultado foi um filme longo, com um início vagaroso que culminou num final rápido e confuso, reflexo de um roteiro claramente preguiçoso. Guccio Gucci, na década de 20, era carregador de malas no Hotel Savoy em Londres, de onde tirou a ideia de produzir uma linha de malas de couro.  Após a guerra, com a dificuldade do material, passou a usar outro

NOITE PASSADA EM SOHO (sem spoilers)

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O cinema é construção. Construção de quem faz o filme, mas, sobretudo de quem assiste. Somos a soma de nossas referências, experiências, emoções. Filmes que vimos, livros que lemos, pessoas que conhecemos. Ao ver uma obra de arte, tal como um filme, levamos tudo isso conosco. Recentemente assisti ao anime "Perfect Blue" para fazer um episódio do meu podcast de cinema ( Cabine do Filme - Podcast Rabiscos ). O filme, deliciosamente perturbador, influenciou e continua influenciando diversos outros como é o caso deste, o mais recente do diretor Edgar Wright, "Noite Passada em Soho" (Last Night in Soho). As referências ao anime são muitas, desde a ideia central, às cores e clima de tensão e mistério. Porém, param por aí. O que vi aqui foi um filme autoral, interessante e que prende do começo ao fim. Vamos à história, com o mínimo possível de spoilers.  A protagonista Eloise, interpretada por Thomasin Mckenzie , muda-se do interior da Inglaterra para Londres, a f

"QUERIDO EVAN HANSEN" - Um filme necessário

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  Adaptação do bem sucedido musical da Broadway, cujo ator que originou o papel reprisa-o no filme (Ben Platt), escrito pelos premiados Benj Pasek e Justin Paul, ganhadores de diversos prêmios não só pela peça, mas pelos filmes La La Land e O Rei do Show, para os quais também compuseram as músicas, “Querido Evan Hansen” é um filme necessário. Aqui, algumas músicas foram cortadas e outras escritas especificamente para o cinema, sendo todas pontuais, enquanto as novas adições entraram muito bem, tanto que não se percebe que não faziam parte do material original. Os atores, exclusivamente selecionados para o filme (não participaram da peça da Broadway), dão um show de atuação,  cantando suas próprias músicas, destacando-se Amy Adams, Julianne Moore, Danny Pino, Kaitlyn Dever, Colton Ryan e Amandla Stenberg, além do próprio Evan de Ben Platt.     Evan Hansen , um jovem aluno do Ensino Médio, interpretado pelo ótimo Ben Platt, é um menino tímido, retraído, com dificuldade de socia

ETERNOS (Marvel/Disney)

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  Com nenhum conhecimento prévio – e quase sem expectativas, fui conferir o novo filme da Marvel/Disney: “Eternos”. A produção é grandiosa, e por isso ficou retida até a volta dos cinemas. Com um elenco estelar e diversificado, dirigido pela ganhadora do Oscar Chloé Zhao (Nomadland) , conta a história do grupo chamado “Eternos”, criados pelos celestiais, entidades fonte do Universo, para manter o equilíbrio e combater os Desviantes, criaturas predadoras que existem há mais de sete mil anos, assim como eles próprios.              Com uma trilha sonora impecável – o filme começa com “Time”, do Pink Floyd, fotografia deslumbrante, já característica de Chloé, e efeitos especiais lindíssimos, “Eternos” é um bom filme, mas que não empolga. A ideia de   que toda energia se transforma, traduzida em efeitos dourados muito bonitos, não foi suficiente para me conectar com a história, que desperdiça alguns plots interessantes em prol de outros, como alguns conflitos internos que se mostram b