AS HISTÓRIAS DE MEU PAI

As marcas da infância formam o adulto que seremos. Por vezes, causam traços tão profundos que só revisitando nossa porção criança conseguimos significar o que vivemos.


Em "As Histórias de Meu Pai", o filme francês de Jean-Pirre Améris, um pai, ex-combatente de guerra, durante os embates entre a França e a Argélia nos anos 1960 coloca o filho em meio a seus devaneios de resistência que vão marcar a vida do filho e ter consequências indesejadas.


O trauma do pai é muito bem retratado pelo ótimo Benoît Poelvoorde, que recorre à violência ao mesmo tempo em que demonstra dor e amor, tudo assim, junto e misturado.


A mãe, complacente, interpretada pela ótima Audrey Dana, mostra a ternura e o amor daquela mulher que parece fraca, mas se fortalece nos pequenos detalhes, nos pequenos gestos de cuidado.



O filme tem algumas cenas que apertaram meu coração, mas logo depois retratam toda a influência da guerra e da vida que vai aos poucos minando a sanidade de alguns.


Senti ecos de "Esperando Bojangles", aqui a mãe com a sanidade mental prejudicada por devaneios que por fim a levam dela mesma, ótimo filme francês, ambos adaptados de livros, ambos fortemente recomendados.


Falar de dor, trauma, depressão é necessário. É humano. E bons filmes como este o fazem com tal maestria e cuidado que não devem ser ignorados.



"As Histórias de Meu Pai", 09.02 nos cinemas


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