ESCREVO, POIS SEM ESCREVER NÃO VIVO
Escrevo, pois sem escrever não vivo.
Até posso tentar
esconder, mas as palavras arranjam um jeito. Chacoalham, sacodem e se agitam.
Querem sair, não tem jeito. Querer ganhar o mundo, querem voar.
Chego a me
emocionar ao senti-las saindo. Uma a uma, letra a letra, ganham o papel. Transformam-se
em poesia, em dor, amor, alegria. Viram parte de tudo e toda a parte do nada.
Viram,
giram e se transformam. Brilham. Contas histórias, criam cenários, mudam de
cor. São o ardor, o peito em movimento, o esplendor dos dias.
As palavras giram
e se remexem. Querem contemplar o mundo, juntar e se transformar em algo maior.
Querem ser e são. Tudo e nada ao mesmo tempo.
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