POR QUE PRECISAMOS DE HERÓIS?

Nos últimos anos, as histórias de heróis cresceram exponencialmente. Saíram das HQ’s e ganharam o cinema, a televisão, a indústria de brinquedos, roupas e acessórios.

O que era algo só para crianças e aficionados angariou um público muito maior, mais amplo e diversificado, chegando a bater recordes atrás de recordes.

Por que será que isso ocorreu? Na minha opinião, sem nenhuma base científica, mas fundada na observação, isto se deu porque, mais do que nunca, precisamos de heróis.

Eu acompanho cinema, sou louca por qualquer boa produção, e assisto aos filmes da Marvel e da DC Comics, principais nomes quando se fala em filmes de heróis. Filmes que variam em qualidade, que estão sempre se renovando e buscando trazer histórias melhores, personagens relacionáveis, e heróis, por incrível que pareça, cada dia mais humanos.

Herói, traz em si a ideia de alguém insuperável. Super humano, que enfrenta os piores vilões, os maiores obstáculos, mas sai vitorioso. Porque ele é um herói, é invencível.

Essa ideia, porém, vem se tornando cada vez mais obsoleta, na medida em que os heróis hoje em dia choram, sangram, se questionam, inclusive perdem a fé em si mesmos.

Aqui, entra a “atualização” da figura do herói nas recentes histórias. Ele, e também ela, são mais humanos do que o herói “padrão”, pois seu heroísmo não reside na sua capacidade quase infindável de fazer o bem e lutar contra figuras do mal, mas em superar a si mesmo, em acreditar em si mesmo, apesar das dificuldades, quedas, humilhações, e ainda que não ganhe, sair vitorioso. Afinal, a vitória mora no caminho, e não no destino.

É aqui, então, que a indústria cinematográfica e das séries televisivas encontra seu novo nicho: heróis mais humanos, heróis que apesar do nome, das roupas e dos acessórios, são como nós, e assim, nos fazem acreditar que nós também podemos ser heróis.

Ao vermos nas telas homens, mulheres, jovens, mais velhos, de diversas etnias, raças, com medo, sofrendo e se superando, entendemos que ninguém nasce herói, mas se torna herói.

Aquela história de que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades é real na vida também. É claro que posso citar várias outras frases de efeito que são extraídas dos filmes diretamente para nosso dia a dia. Porém, não vou fazê-lo. Relacionar os filmes de herói com a vida é fácil, relacioná-los com cada um de nós, fazendo-nos acreditar em nós mesmos, aí que mora o segredo.

Antigamente, os heróis eram tidos como divindades, inatingíveis, alguém para quem olhávamos quando estávamos em dificuldade, enquanto esperávamos salvação. 

Não mais.

Hoje em dia, vejo que posso fazer isso, olhar com admiração para o herói, mas também posso – felizmente, ser o próprio herói. 

Fácil não é, como qualquer escolha, existem consequências difíceis, momentos de dor e dificuldade, mas também existem recompensas, vitorias.

E a maior vitória é ser quem se é, não quem esperam que sejamos (ok, peguei essa de um filme também). Fracassar sendo quem se é, é a maior vitória que se pode ter. É fala de um filme, mas também uma grande verdade.

É por isso que precisamos de heróis. Para nos mostrar que eles existem, mas que também nós podemos ser heróis. 

Talvez não para salvar o mundo, mas para salvar nossa própria vida, para acreditarmos em nós mesmos e transformarmos nossa realidade e daqueles à nossa volta.

Para ser herói não é preciso salvar o mundo, basta dar o primeiro passo.

2 comentários:

  1. Que lindo Carol, estou super de acordo com tudo que você disse! E o legal dessa humanização dos personagens é que também estamos vendo vilões mais humorizados, e alguns até com suas histórias exploradas de forma que podemos ver a transformação do mesmo em superar suas crises que o tornaram uma pessoa má e transformar-se em uma pessoa boa! Vilões também podem mudar e transformar-se em heróis! Como a Regina em Onde Upon a Time, em que ela enfrenta as vezes até ela mesma e seus demônios internos pra acessar seu verdadeiro eu que foi suprimido! Ahhh como as histórias são fantásticas! <3

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    1. Exatamente Lu! Ótimas colocações e bom exemplo! Aquele maniqueísmo, preto no branco, não tem mais espaço. Somos complexos, feitos de camadas, e que bom que o cinema e a literatura estão acompanhando isso! Beijos

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