A MULHER QUE FUGIU - sem spoilers
Sensibilidade. Não são necessárias histórias
complexas e roteiros mirabolantes para contar um relato terno e sutil sobre a
vida, que reverbera em quem está assistindo.
Em "A Mulher que fugiu" de Hong Sang-Soo, com sua musa
Kim Min-Hee, somos apresentados a uma história simples: a protagonista
visita três amigas, duas propositalmente e a terceira por acaso, e tem com elas
conversas singelas, mas sinceras e verdadeiras, sobre seu casamento, a vida e
situações cotidianas.
Conversam também sobre homens, os quais acabam as interrompendo toda
vez. Ao telespectador cabe analisar o significado de tais quebras.
As mulheres são retratadas como livres e independentes, em diálogos em
que o não dito fala tanto quanto o que é dito. Os silêncios falam alto. Assim
como os olhares, pequenos gestos e toques.
O filme mostra a cumplicidade destas mulheres que se escutam, se
compreendem, e tem na amizade a maior forma de amor. Que se apoiam, mesmo
sem saber que a outra precisava de apoio.
Segundo declarou o diretor em uma entrevista: “A vida, assim como a
existência, sempre supera qualquer generalização. Portanto, quando estou
fazendo um filme, tento afastar todos os tipos de generalizações, todo o tipo
de técnica, todo o tipo de expectativa sobre alguns tipos de efeitos e apenas
acreditar que o que vier será o melhor”.
Um belo filme com uma mensagem leve, mas potente, um conto sobre a vida
que poderia se dar em qualquer lugar.
Às vezes, as maiores lições vêm dos lugares mais inesperados.
"A Mulher que Fugiu", em cinemas selecionados.
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