"Garoto dos Céus" - um thriller delicioso sobre religião e poder

Por vezes assisto um filme sem saber nada sobre ele. Vou descobrindo-o, pouco a pouco, como os desenhos em uma caverna rupestre.


No caso de "Garoto dos Céus", que bela descoberta foi!


O filme é o candidato da Suécia à uma vaga no Oscar de Melhor Filme Internacional. Todavia, a história toda se passa no Cairo/Egito e é falado em árabe.






Escrito e dirigido por Tarik Saleh que teve a ideia lendo "O Nome da Rosa" de Humberto Eco, conta a história de Adam, interpretado por Tawfeek Barhom, filho de um pescador que é selecionado para estudar na prestigiosa universidade Al-Azhar, epicentro do poder do islamismo sunita, no Cairo.


O Grande Imã, maior autoridade religiosa do Egito, morre assim que Adam chega, e então começam os jogos de poder para sua substituição: enquanto os religiosos querem eleger o que consideram mais bem preparado, o governo militar tem ideias diferentes: quer colocar alguém que se alinhe aos seus ideais.


A história com idas e vindas é permeada por intrigas, agentes infiltrados e corrupção, e vai conduzindo nosso protagonista por situações das quais ele não consegue se desvencilhar. 


Um filme muito bem construído, em que não sabemos quem são os vilões e quem são os mocinhos, no fim é sobre poder e quem consegue controlá-lo melhor.


Uma ótima dica para quem curte um bom filme e um cenário diferente do que estamos acostumados no ocidente. Independente da língua falada, somos todos humanos.


 

"Garoto dos Céus", dia 19.01 nos cinemas.


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